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21.1.04

This is the end, my friend

Algum dia teria de acontecer. Foi hoje. Chegou o fim da madrugada: acabam aqui as edições regulares destes murmúrios. Os motivos são vários. Mas relacionam-se essencialmente com a espantosa sucessão dos dias e com a relativa indisponibilidade para manter, com um limiar mínimo de qualidade, um blogue desta natureza.

Não é ele, obviamente, a causa toda da anarquia que se vai adensando. Mas é provavelmente o passo mais imediato para disciplinar a agenda e libertar, para outras tarefas que se avolumam e que aguardam, algum do quotidiano aqui investido: ler mais, escrever mais, conviver com carne e com osso, não fazer nada. E os prazeres são isso mesmo: prazeres. Não obrigações. Um blogue não pode existir como um peso que paira.

Foram quatro meses de permanência diária neste mundo acelerado que é a blogoesfera. Muito mudou: aqui, quatro meses são décadas. Muitos visitaram este espaço, alguns polemizaram, outros recomendaram. A todos, um obrigado: pelas palavras e pelos silêncios.

O vício, de resto, não será totalmente abandonado. Num registo menos exaustivo, colectivo, menos totalizante, ainda que tão ou mais exigente, o oxigénio indispensável estará em Sous les pavés, la plage!. Sob as calçadas, a praia. O impossível como exigência do razoável. A um passo mais daquela «imaginação ao poder» que tarda. Para quem conheceu a revista digital ZonaNon, saberá um pouco do que pode esperar destes levantadores de calçadas. Por isso, visitem e recomendem.

E, por fim, o endereço de e-mail continua o mesmo e activo. Nem tudo é definitivo: tratarmo-nos por 'tu' é também uma extensão do Prévert que persiste, vigilante, na dobra deste blogue. Tão desalinhado e insolente como nós.

Um abraço, vemo-nos certamente por aí,

TBR
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